O amor é um pra sempre que sempre se renova, mas que só se firma quando alguém faz de você, de alguma forma, alguém melhor.
(Camila Lourenço)
Este curta de animação chamado Departure of Love é inspirado no cinema mudo de Buster Keaton que fez na década de 1920. Uma jovem mulher sai em um trem e fica na expectativa olhando para trás a espera do seu amor, alguns segundos após a saída, seu amado vem com tudo para tentar recuperar o amor perdido…. o final é surpreendente!
Esse é um trabalho de Jenna Bors.
Eu amo até os seus defeitos.
Os seus jeitos, os seus gostos, o seu cheiro, suas caras e bocas, amo cada detalhe seu, simplesmente por ser seu.
(Caio FernandoAbreu)
(Marla de Queiroz)
(Vanessa Leonardi)
PS: E hoje eu não vivo mais sem você. Te AMO!
É que amar tem tantos significados que a gente se perde
E amar talvez seja outra coisa
Aquela mistura de pé no chão e cabeça no peito de alguém
É um ir embora e levar tudo de outra pessoa com você, olhos, cheiro, mão, palavra…
É sentir-se livre estando preso
É deixar livre e ficar leve
É saber que o coração dos outros não te pertence,
mas mesmo assim, alguém quer dá-lo a você
(Vanessa Leonardi)
(Título: Janelas abertas, Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
O amor seria somente mais uma palavra. Uma palavra como outra qualquer: cadeira, livros, horizonte ou paralelepípedo. Uma palavra perdida em um dicionário. Uma palavra imprecisa em uma canção. Uma palavra escrita numa placa no deserto. O amor poderia ser o deserto ou a canção, porque às vezes, nos dá uma espécie de sede, em outras, um carinho ao pé do ouvido.
Quem sabe o amor passasse despercebido, em silêncio, tão em calmaria que nem distraísse minha atenção das outras coisas bobas do mundo. Quem sabe o amor chegaria, como chegam correspondências de promoções, que a gente amassa e joga fora. Quem sabe o amor viesse como uma rosa entre as outras rosas em buquê, e olhando de cima, é tudo tão igual. Quem sabe fosse uma rua desconhecida, um creme para as mãos, um jeito de sorrir ou olhar, uma mania, um prato árabe, uma pizza, um peixe que vive só no Mar Egeu, uma marca de xampu ou de relógio, um sabor de suco, uma fruta. Embora para tudo, seja todo o sentido.
Poderia sim ser quase nada, se não tivesse sido tudo. Poderia não ter significância ou significado, senão fosse você. Senão fosse seu riso me chamando para dançar no meio do mundo, senão fosse seu nome se espalhar por todos os cantos dos meus pensamentos e os poros da minha pele, senão fosse o seu olhar na primeira vez que te vi, senão fosse seu ar de segurança, senão fosse sua simplicidade em falar. Se por um momento só, você não tivesse sido tão profundo. Se por um momento só, não tivesse sido você, teria sido tudo inútil, teria sido tão em vão.
O amor vem depois de você, e as palavras vem depois do amor. Tão clichê, tão bobo, quando a gente quer dizer que está apaixonada e sente tão amada a ponto de esquecer o resto do mundo. Tão tola nossa forma mais planejada para não ser amarrada pela paixão. Não vale nada toda razão quando o coração desperta.
O amor seria sim como qualquer palavra… se não fosse sua chegada.
(Cáh Morandi)
Para mim, o amor é mais ou menos como o sol. Nasce de manhã cedinho, entra pelas frestinhas da janela iluminando o quarto e o coração, deixa a vida e os dias mais bonitos. Aquece as tardes e o peito. O amor nos livra do escuro, melhora o humor e faz a gente lançar olhares abobalhados para o horizonte e para o céu. Faz a gente se despir e seca as roupas no varal. Se engana quem pensa que ele é constante. O amor às vezes queima e muda de cor. Ele pode até enfraquecer em alguns momentos do dia, mas normalmente ele é forte. O amor está sempre se pondo. Mas, sabe, eu boto fé nisso: o amor de verdade é igualzinho ao sol. Ele sempre renasce, mesmo que alguns dias tenham nuvens ou chuva forte. E brilha até o infinito.
(Clarissa Corrêa)
(Clarissa Corrêa)
Por tanto amor a gente resolveu que vai morar um dentro do outro. Mas numa casa espaçosa com um quarto para cada individualidade. A gente quer que seja preservada essa pessoa que somos com nossos amigos e todas as lembranças mais especiais da nossa trajetória. A gente quer que nosso amor não preencha a nossa vida tão absolutamente a ponto de não restar uma lacuna que seja pra nossa vida anterior e pros potenciais que temos que desenvolver solitariamente. (Como quando a gente tinha tempo livre pra ser só e gostava disso. Como quando a gente não respirava apenas essa novidade da chegada do outro).
Nesse quarto pras nossas visitas, só não é permitida a entrada de fantasmas. De resto, todos os nossos convidados e aprendizados são muito bem recebidos. Depois a gente até pode escolher se compartilhará ou não. E por essa liberdade de escolha, a gente sempre tem vontade de compartilhar.
Por tanto amor a gente resolveu também que qualquer coisa que doesse um pouquinho ia ser conversada antes que doesse um montão. E que quando isso acontecesse, não ia ocorrer de cada um entrar no seu quarto espaçoso e deixar a porta trancada só pra assustar o outro. A gente vai reunir aquele punhadinho de problemas, sentar na sala do nosso peito e esparramar no chão como quem tenta montar um quebra-cabeça juntos sem olhar o desenho na capa da caixa. Porque a gente sempre vai querer descobrir a raiz da paisagem pra ela ser mais bonita. A gente quer conhecer profundamente a folha antes de compor a árvore. Porque a gente sabe que pular etapas é um jeito ineficiente de resolver o x da questão. (A vida não aceita o resultado do problema sem o desenvolvimento da fórmula).
Por tanto amor, desde que a gente foi morar um dentro do outro, nossa vida foi ampliada de alegrias sinceras.
A nossa casa é ampla pra caber nossas individualidades, nossas lembranças, nossos amigos, nossos silêncios e tudo que estamos e o que podemos nos tornar juntos. Por tanto amor a nossa essência é a parte mais preservada da casa.
( Marla de Queiroz)
“Não adianta. Mudam-se as cores do inverno, os sorrisos, as páginas das revistas, as dez mais bonitas. Mudam-se as tecnologias, as manchetes, o preço do pão, o jeito como você corta o cabelo. Mudam-se os sonhos, o clima lá fora, o tom do batom, a decoração, o que você espera de si mesma. Tudo muda o tempo todo. Mas uma coisa não muda. Não sai de moda. Não fica velho, nem ultrapassado. Quer saber? Acho amar a coisa mais eterna que existe. Não há nada mais moderno. Mais transgressor. Mais ousado – e mais antigo – que isso. Num tempo onde as pessoas mal têm tempo, amar virou coisa de gente corajosa. Porque é preciso muito peito (e muito jogo de cintura) para seguir o que temos de mais criativo: o coração. É o amor que nos faz ver o mundo de um jeito mais belo. E é o amor (e só ele!) que nos traz o valor exato das coisas simples. E você não precisa necessariamente amar uma pessoa. O amor é democrático. Você pode – e deve – amar a si mesmo e ao mesmo tempo amar alguém (essa, sim, é a melhor combinação!). E também amar a vida. Amar um projeto. Um trabalho. Um sonho. Ou – porque não? – simplesmente amar o amor. Se todo amor vale a pena? Eu acredito que sim. O mundo não está triste só por causa das guerras, do superaquecimento global e do tal “salve-se quem puder” As pessoas se escondem atrás das tecnologias e de um falso liberalismo pra camuflar seus medos. Para enganar seus desejos. Ah, me desculpem, mas no fundo todo mundo quer mais é se apaixonar! Mentira minha? Duvido. Todo mundo quer amar, todo mundo quer encontrar alguém especial, todo mundo quer se livrar do medo que nos impede de andar de mãos dadas. É certo que há quem prefira o morno, os relacionamentos superficiais, as noites vazias. (Relacionamentos trazem tantos problemas e alegrias quanto estar só, isso é uma verdade). Mas tenho a impressão de que todos nós temos um leve romantismo escondido, um desejo real pelo amor, uma necessidade de amar e ser amado sem a qual a vida não teria graça. (E não haveria tantos poetas, tantas canções bonitas e tanta insônia por aí). Escrevi, uma vez, uma letra onde canta a seguinte frase: “Será que amar é mesmo tudo”? Na época eu não saberia responder. Mas, hoje, cheguei a uma breve conclusão: não, amar não é tudo. É quase tudo. Amar é o começo. O primeiro parágrafo. A primeira nota. É o que canta (e encanta). Amar é que nos faz falar. É o que nos faz acordar. É o que nos faz dizer “Bom dia” com o sorriso mais livre do mundo. Se eu estou amando? É, devo admitir. Depois de vários romances sem fim, me apaixonei por mim mesma. E, como presente, ganhei um novo amor que é fruto de todos os grandes amores que tive. Sorte minha? Talvez. Mas amor não é apenas sorte. Não pensem também que amor é a solução pra todos os nossos problemas. Não. Amor não é solução. Amor é prêmio. Recompensa feliz para quem – afinal de contas – conseguiu manter-se fiel a si mesmo. Por isso, escrevo esse texto. Em uma época em que os desejos duram o tempo de uma estação, acho o AMOR o exercício mais radical que podemos fazer. ”
(Fernanda Mello)