Amor é o que…

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Falam tanto sobre o amor, querem tanto vivê-lo. Mas ninguém sabe dizer exatamente o que é. Acredito que o amor esteja contido nos pequenos detalhes, nesses momentos sagrados, mas intocáveis por parecerem insignificantes. Por esse motivo, algumas pessoas não acreditam nesse sentimento bonito e acolhedor. Certas coisas só são visíveis para aqueles que creem. Não é possível ter algo tão bonito nas mãos quando se precisa de provas para julgá-lo existente. Não é possível fazer parte desse círculo mágico do amor quando não se tem coragem de entrar na roda de olhos vendados.

Confundem o amor com tantos sentimentos: paixão, atração, amizade, companheirismo. Quando ele não é nada disso e tudo ao mesmo tempo. Amor é o que resta depois que todos os outros sentimentos vieram ao chão. É o que fica quando a amizade foi comprometida por um erro, quando a paixão e a atração se esvaíram por um problema qualquer, quando o companheirismo mandou lembranças depois que um dos dois passou por uma crise existencial. Mas é também precisar ter tudo isso para se sentir amada e claro, sentir-se capaz de amar. É complicação. É calmaria. É montanha-russa. E a paz de saber que o brinquedo percorreu a trajetória e parou. Já se pode descer, pegar na mão do seu amor e ir passear enquanto o Sol dança com vocês enroscados entre o algodão doce e os brinquedos que foram ganhos no tiro ao alvo.

Amor é se sentir seguro no escuro, simplesmente por enxergar luz nos olhos do outro. É identificar um cheiro entre mil outros. É quando algo que antes não tinha qualquer importância começa a ser motivo de lembrança, de riso no meio da tarde, de sonhar bonito mesmo acordada. Amor é o que a gente não vê e não consegue traduzir, mas quer que tenha um cheiro, um nome, um endereço, uma voz que diz “estou com saudade” quando menos se espera.

 
(Noemyr Gonçalves)

Presente

 

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A vida é delicadeza, sabe? É ter vontade de mudar e ir lá fazer acontecer. É se buscar. É se encontrar. É se perder de novo. É surtar. É sentir que pode. É não poder. É querer tanto que se consegue fazer! É observar a felicidade chegando e as mãos suando pelo novo e os olhos brilhando pelo improvável processo de ser feliz (mas que agora parece tão próximo). A vida é um grande cobertor disposto a aquecer cada um de nós. E se às vezes ficamos desamparados, nada mais é do que uma palavrinha que todos nós deveríamos desfrutar de bom grado: aprendizagem. De que outra maneira ficaríamos tão felizes por estar aquecidos se não tivéssemos sabido do frio?

Acredito, hoje mais do que nunca, que devemos estar sempre bem ou o mundo não é bom com a gente. Antigamente eu não achava que nossas ações influenciassem tanto assim no que a gente recebe do mundo. Mas acontece que um sorriso, uma carta, um bom dia, uma ligação, um sms, um abraço, um almoço, uma risada no meio da manhã, uma conversa sobre zilhões de coisas, são detalhes que fazem a diferença. Acontece que nada é por acaso e que tudo que recebemos é consequência do que oferecemos.

Eu quero mais aprendizagem. Eu quero começar a entender como é que se dá tanto amor assim, eu quero receber esse amor de volta e desfrutar desse amor. Eu quero aprender a distribuir bondade! Eu quero ser bondade. Todos os dias algo bom nos é dado, mas nem sempre a gente tira bom proveito disso. Eu quero tirar proveito dessa beleza que chamamos de vida!

Vamos (re) começar?

(Noemyr Gonçalves)